2009/08/02

Oumou Sangare (Mali) / Martín Códax (Espanha)

“Um tributo belgo-zairense às crianças, uma canção de embalar da Nigéria, uma demonstração das potencialidades do bolombatto (harpa oeste-africana de 4 cordas) por um músico alemão e um tema tradicional do Rwanda sobre a felicidade conjugal de um casal. São as Heresias que abrem hoje as portas do Templo”.
(1) Zapmama (15) Zap Bébés (últimos 1:35) “Ancestry in Progress”
(2) Floxy Bee, The Hikosso Queen (9) Oluronbi (4:15) “African Lullaby”
(3) Stephan Micus (1) Earth (0:05-6:24) “The Garden of Mirrors”
(4) Cécile Kayrebwa (1) Rwanamiza (5:59) “Rwanda”

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Nascida em Bamako, em 1969, Oumou Sangare começou por acompanhar a mãe, desde os cinco anos de idade, a cantar nas cerimónias de baptismo e casamento. No entanto, rapidamente seguiu o seu próprio caminho e, com 21 anos, tornou-se na primeira grande embaixadora da música do Mali, particularmente da região Wassoulou, no sul do país, onde predomina um estilo musical próprio e distinto do universo dos griots.
“Sangare Kono”, a voz de pássaro, uma das mais espantosas do mundo, decidiu cantar para comentar sobre todos os aspectos da vida no seu país, sobretudo os problemas sociais que as mulheres enfrentam diariamente, mas também da sensualidade do amor inexperiente, da dor do exílio, da necessidade de cultivar a terra e da fragilidade da vida humana. Poligamia, arranjo de casamentos, compra de noivas e excisão são alguns dos assuntos tabus abordados por Sangare nas suas canções.
Em 1990, Oumou Sangare editou “Moussolou” (Mulheres), em 1993 lançou “Ko Sira” e, em 1996, fez sair “Worotan”, os três para a etiqueta World Circuit, todos aqui atempadamente destacados no Templo das Heresias. Seguiu-se, em 2003, o lançamento do duplo CD “Oumou”, um álbum que recupera os 12 melhores temas dos seus três registos para a World Circuit e que inclui, ainda, 8 temas nunca antes editados em CD (nomeadamente 6 faixas da bem sucedida cassete “Laban”, apenas disponível no Mali).
Este ano (2009), Oumou Sangare regressa com "Seya" (Divertimento), que levou entre dois a três anos a ser preparado. A diva do Mali confessa que demorou tempo, por ter escolhido cuidadosamente as letras e as melodias, de forma a resultarem sedutoras, vibrantes e poderosas. E assim, Oumou prossegue a cruzada de continuar a encorajar a igualdade entre homens e mulheres e a cantar hipnoticamente temas universais como o amor, a morte, o destino, o respeito recíproco, a esperança, a harmonia e o divertimento.
Mais informações em: www.oumousangare.co.uk
www.worldcircuit.co.uk
(05) Kounadya (4:33)
(04) Donso (6:09)
(06) Senkele Te Sira (4:33)
(02) Sukonyali (6:01)


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“Uma melodia zapoteca de devoção à alma, um tema de apelo ao sentimento, uma canção de amor sofrido e uma balada de uma jovem angustiada. A música sentida do México, no encerramento da 1ª parte do Templo das Heresias.”
(1) Lila Downs (6) Xquenda (5:03) “Tree of Life”
(2) Chavela Vargas (2) Un Mundo Raro (Até 5:28) “En Carnegie Hall”
(3) El Negro Ojeda (I-11) Albur de Amor (3:37) Cuadernos de Mexico
(4) Astrid Hadad y los Tarzanes (3) Gritenme piedras del campo (3,04) “Ay!”


2ª Hora

“Um tema tradicional da Soria, uma canção de amor da corte de Viena (século XII), um poema trovadoresco de Giraut de Bornelh de Périgord (século XII) e uma cantiga de amigo do rei D. Sancho I de Portugal (século XII) abrem as portas da 2.ª hora do Templo das Heresias.”
(1) Vox Suavis (França/Espanha) (5) Que hermosa noche (3:36) “Vox Suavis”
(2) I Ciarlatani (Alemanha) (4) Der winter were mir ein zit (5:22) “Codex Manesse: Minnesinger of the Great Heidelberg Song Manuscript”
(3) Alba (Suécia/Dinamarca) (1) Reis glorios (9:20) “Songs of Longing & Lustful Tunes”
(4) Ensemble Perceval (França) (5) Ay eu coitada (1:45) “Minnesänger-Troubadours-Trouvères”

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O grupo de música antiga Martín Códax, da Galiza, estuda e interpreta o repertório musical escrito, desde a Idade Média até ao Renascimento, dedicando especial atenção à composta nos séculos XII, XIII e XIV.
Desde a sua fundação, em 1993, o ensemble tem participado em numerosos acontecimentos musicais em toda a Espanha, nomeadamente em concertos, programas de rádio e televisão, congressos, feiras medievais, entre outros, com o propósito de divulgar a música medieval (sobretudo, a lírica galaico-portuguesa e, particularmente, a música relacionada com o “Caminho de Santiago”). Por outro lado, o grupo tem colaborado com editoras galegas na difusão da literatura medieval, destacando-se a sua participação na edição dos livros “Martín Códax” (Editorial Galaxia) e “O viño da Vida” (Editorial Xerais).
A discografia do ensemble Martín Códax mergulha exaustivamente nas manifestações musicais mais relevantes da Idade Média na Península Ibérica, nomeadamente nos códices, nos romances de peregrinação e na poesia trovadoresca do século XIII. Nas suas interpretações utilizam reproduções de instrumentos medievais (fídula, organistrum, harpa, guitarra mourisca, chirimía, darbouka...), construídos segundo os modelos que aparecem nas principais fontes iconográficas (nomeadamente no Pórtico da Gloria da Catedral de Santiago de Compostela e nas iluminuras das Cantigas de Santa Maria), bem como instrumentos tradicionais (sanfona, gaita, pandeiro...), procurando, assim, uma plena integração de todos os elementos para a realização de uma música viva e gratificante.
O projecto mais arrojado do ensemble Martín Códax chama-se “Devotio: Música para la Virgen y Santiago”, um duplo CD, com dois libretos de 48 e 52 páginas, respectivamente, editado pela etiqueta Cantus Records. O primeiro disco é dedicado a cantigas do século XIII e inclui treze Cantigas de Santa Maria, composições em galaico-português dedicadas à Virgem e que foram compostas por volta de 1250-80, sob a direcção do então rei de Castela, Afonso X, o sábio (1221-1284); sete Cantigas de Amigo do supremo trovador de Vigo, Martín Códax, as mais importantes da lírica trovadoresca galaico-portuguesa, que figuram no Cancioneiro da Vaticana e no Cancioneiro da Biblioteca Nacional, bem como no pergaminho Vindel; e três Cantigas de Escárnio, um género de poesia trovadoresca, cuja principal característica é a crítica ou sátira, escrita em galaico-português por jograis e menestréis. O segundo disco é dedicado às devoções e inclui nove canções do Codex Calixtinus ou Liber Sancti Jacobi, um conjunto de textos reunidos em Santiago de Compostela, que se apresentava como da autoria do Papa Calisto II (Século XII); quatro composições do Codex Huelgas, manuscrito medieval copiado no início do século XIV no mosteiro cisterciense de monjas de clausura de Santa Maria la Real de Las Huelgas, próximo de Burgos, que contém obras musicais pertencentes a um período da música medieval conhecido como Ars antiqua; duas canções do Llibre Vermell de Montserrat, um manuscrito iluminado contendo uma colecção de canções do final da Idade Média, escrito no século XIV e preservado no Mosteiro de Montserrat, nos arredores de Barcelona; e cinco Romances de peregrinação, nomeadamente a Santiago de Compostela.
Mais informações em:
http://www.martincodax.org/
http://www.cantus-records.com/
I (10) Pois que Deus (3:17)
(11) A madre de Deus (5:34)
(14) Ondas do mar de Vigo (3:01)
(17) Quantas sabedes amar amigo (2:30)
(15) Mandad'éi comigo (2:37)
II (14) Cuncti simus concanentes (3:25)


(Separador)

“Recuando ainda mais no tempo, o Templo das Heresias incide, no final do programa de hoje, nos sons da música do Antigo Egipto”.
(1) Ali Jihad Racy (Líbano) (2) The land of the Blessed (6:56) “Ancient Egypt”
(2) Michael Atherton (Austrália) (17) Shen(song) (5:02) “Ankh: The Sound of Ancient Egypt”
(3) Rafael Pérez Arroyo / Hathor Ensemble (Espanha) (3) Iba Dance (6:59) “Ancient Egypt: Music in the age of the Pyramids”