“Uma composição baseada nas tradições dos Fula do sul do Senegal; um tema que remonta às origens da highlife do Gana, interpretado na seprewa, instrumento de cordas semelhante à kora; e um convite da Guiné Conákry para visitarmos Kindia, a terra da fruta e da abundância São as Heresias que abrem hoje as portas do Templo”.
(1) Daby Balde (2) Lalé Kouma (4:54) “Le Marigot Club Dakar”
(2) Seprewa Kasa (7) Agyese Wobre (8:40) “Seprewa Kasa”
(3) Les Amazones de Guinée (7) Kania (4:57) “Wamato”
(Separador)
“Eu ouvi o futuro: chama-se Bassekou Kouyate...”. Esta afirmação de Mingus Formentor (La Vanguardia - Espanha) traduz a importância do músico maliano que a BBC Radio 3 considerou como o melhor artista africano de 2008.
Natural de uma pequena aldeia situada a 40 quilómetros da cidade de Segu, nas margens do Níger, Bassekou Kouyate cresceu no ambiente da música tradicional: a sua mãe era cantora e o seu pai e irmãos excepcionais músicos de ngoni (um antigo alaúde tradicional oriundo da África Ocidental). A partir dos 19 anos, passou a viver em Bamako e, no final dos anos oitenta, fez parte do “Symmetric Trio”, ao lado de Toumani Diabaté (kora) e Keletigui Diabaté (balafon). Colaborou, posteriormente, com diversos músicos da sua terra natal e importantes nomes da cena internacional, tendo sido, por exemplo, um dos principais músicos do álbum póstumo de Ali Farka Toure, “Savane”.
Ao formar Ngoni ba, um quarteto de “ngoni”, Bassekou Kouyate introduziu variadas inovações na tradicional forma de tocar o instrumento, acrescentando um ngoni-baixo e adicionando cordas extra para o tornar mais harmonicamente flexível. Conseguiu, assim, produzir um som acústico arrebatador, como que ancestral dos “blues” e os resultados são surpreendentes.
Em 2007 edita o seu primeiro álbum a solo, o sensacional “Segu Blue”, gravado em Bamako por Yves Wernert e misturado em Londres por Jerry Boys, que conquistou o Prémio BBC para "Melhor Álbum World do Ano" e "Melhor Espectáculo Africano", em 2008.
“I Speak Fula” (out/here, 2009), o segundo álbum de Bassekou Kouyate com a banda Ngoni ba, é um passo em frente na carreira do mestre maliano do ngoni. Uma vez mais, os excitantes solos dos ngoni vão desfilando sobre as percussões, as hipnóticas texturas vão-se entrelaçando e formando belíssimas melodias e as vozes, sobretudo a de Amy Sacko (a esposa de Kouyate), ao mesmo tempo, suaves e poderosas, vão aveludando e enriquecendo as composições. Contando com as preciosas colaborações dos consagrados Toumani Diabate, Kasse Mady Diabate e Vieux Farka Toure, “I Speak Fula” arrisca-se, indubitavelmente, a frequentar os lugares cimeiros das listas dos melhores álbuns do ano.
Mais informações em: http://www.myspace.com/bassekoukouyate
(02) Jamana Be Diya (4:56)
(06) Amy (4:29)
(08) Ladon (5:27)
(10) Falani (5:42)
(Separador)
“Uma canção de embalar do Zimbabwe; uma melodia que mistura instrumentos orientais (como os steel drums, instrumentos de percussão do Oeste da Índia) e africanos (como o sinding, harpa de cinco cordas do oeste do continente) com sonoridades tipicamente europeias; e um tema dos Seri de Sonora (México), habitualmente entoado nas cerimónias de nascimento. São as sonoridades que encerram a 1ª parte do Templo das Heresias.”
(1) Stella Rambisai Chiwesche (14) Chitsidzo (3:03) “African Lullaby”
(2) Stephan Micus (Alemanha) (4) Mikhail’s Dream (8:20) “Desert Poems”
(3) Yaki Kandru(Colômbia) (3) Canto de los Seri… (2:34-7:24) “Music from the Tropical Rainforest & other magic places”
2ª Hora
“Um poema dramático de atmosfera onírica de Federico García Lorca (Espanha); uma canção de embalar da tradição sefardita de cerca de 1500, proveniente de Marrocos; e um romance documentado pela primeira vez em 1702, inspirado num tradicional da Grécia. O maravilhoso universo vocal feminino abre as portas da 2.ª hora do Templo das Heresias.”
(1) Arianna Savall (Suíça) (6) Canción de la muerte pequeña (8:42) “Peiwoh”
(2) Montserrat Figueras (Espanha) (4) Nani, nani (6:00) “Ninna Nanna”
(3) Savina Yannatou & Primavera en Salonico (Grécia) (2) El sueño de la hija del rey (4:50) “Canciones populares sefardíes”
(Separador)
O ensemble brasileiro Música Antiga da UFF surgiu em 1981 com o objectivo de investigar e de transmitir a música, a cultura e a visão do mundo da Idade Média e do Renascimento. Para fazer face às naturais dificuldades de conhecimento de um repertório com tão escassas fontes e tão distante no tempo (sobretudo para músicos de um país que existe como tal, apenas a partir de 1822), os membros do grupo trabalharam na pesquisa bibliográfica e discográfica disponíveis na actualidade. Por outro lado, muniram-se de réplicas dos instrumentos utilizados naqueles períodos, de modo a que a sua produção se aproximasse, o mais possível, do ideal sonoro da época.
Ao longo de quase três décadas de existência, os integrantes do grupo Música Antiga da UFF estudaram nos EUA e na Europa, adquiriram novos instrumentos, partituras e conhecimentos e especializaram-se na linguagem da música medieval e renascentista. Desde então, deram mais de 500 concertos por todo o Brasil, participaram em programas de rádio e televisão, criaram bandas sonoras e videoclips, organizaram cursos, festivais e feiras renascentistas e editaram seis discos extraordinários: "Lope de Vega - Poesias Cantadas" (1995), com poemas cantados de Lope de Veja (nascido em Madrid, em 1562), de finais do século XVI e inícios do XVII; "Cânticos de Amor e Louvor" (1997), com cantigas de amigo do supremo trovador de Vigo, Martin Codax, e com cantigas de louvor a Santa Maria de Afonso X, o Sábio, rei de Castela (1252-1284); "Música no Tempo das Caravelas", que se incluiu nas comemorações dos 500 anos da conquista da América, uma vez que as músicas seleccionadas são exemplos das que animavam os serões palacianos em Portugal e Espanha, ao tempo das descobertas ultramarinas; “O Canto da Sibila” (2001), gravado ao vivo, que apresenta peças do cancioneiro de Upsalla, algumas cantigas de Santa Maria, peças de Michael Praetorius e o Canto da Sibila; "A Chantar - Trovadoras Medievais”, o resultado do interesse do ensemble Música Antiga da UFF em conhecer e mostrar um pouco do passado literário-musical feminino, na França medieval, através das obras da Condessa Beatriz de Dia, Maroie de Dregnau de Lille, Dame du Fayel e Blanche de Castille, incluindo também danças instrumentais francesas e italianas, de autores anónimos; e “Medievo-Nordeste” (2004), um original trabalho de interacção entre a música medieval ibérica e músicas do folclore brasileiro, principalmente do Nordeste.
Mais informações em:
http://musicaantigadauff.zip.net/
http://www.uff.br/centroarte/musicaantiga.htm
http://www.niteroiartes.com.br/exibe_artistas.php?idartista=376&opc=1
(05) Ondas do mar de Vigo (3:26) "Cânticos de Amor e Louvor"
(02) A chantar m’er de so q’ieu no volria (6:19) "A Chantar”
(12) Santa Maria strela do dia (2:32) "Cânticos de Amor e Louvor"
(04) Amours, u trop tart me sui pris (2:27) "A Chantar”
(03) Mandad’ei comigo (4:39) “Medievo-Nordeste”
(13) Non sofre Santa Maria (4:34) “Medievo-Nordeste”
(Separador)
“Uma Cantiga de Santa Maria de Afonso X de Castela, do século XIII; um poema do mesmo século do trovador Gautier d’Épinal de Lorraine (França); e uma belíssima simbiose das várias sensibilidades presentes na Andalusia medieval. São os sons que encerram o Templo das Heresias de hoje”.
(1) Antequera / Johannette Zomer (Holanda/…) (5) Virgen Madre groriosa (6:11) “Cantigas de Santa Maria: Eno nome de Maria”
(2) Ensemble Syntagma (Rússia/…) (10) Toz esforciez (6:34) “Touz Esforciez: Trouvères en Lorraine”
(3) Orchestra Arabo-Andalusa di Tangeri (Marrocos/…) (I-3) Secondo Quadro (7,08) “Incontro a Tangeri”
Sem comentários:
Enviar um comentário