2010/11/22

Wimme Saari (Lapónia) / Ensemble Laude Novella (Suécia)

“Um feliz encontro entre a ebulição rítmica do Zaire e as encantatórias vozes búlgaras, um canto libertário da Argélia, um tema tradicional do Iémen e um poema árabo-andaluz. São os sons que abrem hoje as portas do Templo das Heresias”.

(1) Ray Lema, Professeur Stefanov et Les Voix Bulgares de L’Ensemble Pirin’ (Zaire/Bulgária) (10) Lyliano Mome (3:55) “idem”
(2) Houria Aïchi (Argélia) (7) Vie Nouvelle (2:51) “Hawa”
(3) Ora Sittner/Youval Micenmacher (Israel) (1) Qyria Yéféfyia (3:57) “Lamidbar: Chants Hébreux d’Israel et d’Orient”
(4) Amina Alaoui (Marrocos) (2) Ya ‘Ouchaq (7:14) “Alcantara”

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Domingos Costa com Wimme Saari em Sines (Portugal)

O território da Lapónia estende-se pela Suécia, Noruega e Finlândia, ora por planícies e lagos numa sinfonia única de verde e azul, ora por montanhas impenetráveis e florestas cerradas de bétulas e arbustos carregados de espinhos. Por todo o lado, o inconfundível cheiro a peixe fumado, o dia vencendo a noite com o sol bailarino da meia-noite e o joikh, o canto xamânico do povo Sáami em dias festivos.
De acordo com a tradição, os Sáami são os herdeiros directos das canções dos Uldas, uma indefinida espécie de criaturas mitológicas residindo nas florestas, nos lagos e nas montanhas. Cantar de acordo com a tradição, significa, na Lapónia, fazê-lo com total espontaneidade, privilegiando a expressão de sentimentos e de emoções, sob a forma de melodias quase demoníacas. É isto o joikh, que o povo Sáami canta, seja pelo prazer de saudar o Sol, sozinhos ou em pequenos grupos perdidos na imensidão da tundra, seja durante as festas ou no decurso das reuniões de família.
A par de Ulla Pirttijärvi e Mari Boine, Wimme Saari assumiu-se como um dos maiores cantores joik. Com seis discos editados (“Wimme” de 1995, "Gierran" de 1997, “Cugu” de 2000, “Bárru” de 2003, “Gapmu” de 2004 e “Mun” de 2010) e colaborações com artistas como Hedningarna ou Hector Zazou, Wimme Saari é exímio na improvisação e na gestão do arco tímbrico exigido pelo canto gutural do joikh, apresentado a capella ou com a delicada companhia instrumental de clarinete, percussões, cordas e electrónica.
Mais informações:
http://www.myspace.com/wimmeofficial
http://www.rockadillo.fi/wimme/index.htm

(12) Agálas johtin / The Eternal Journey (Até 5:56) “Cugu”
(27) Soajaidat vuollái govcca / Take me under thy Wings (1:30) “Gapmu / Instinct”
(01) Soahkesuovva / Birch Smoke (5:21) “Mun”
(06) Boaimmás / Rough-Legged Buzzard (5:35) “Wimme”
(02) Havana (4:41) “Gierran”
(04) Suhpi / Aspen (4:15) “Bárru”

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“Uma sanaa, peça da tradição andaluso-marroquina que traduz o amanhecer dos amantes que se separam; um canto feminino dos haréns dos palácios dos sultões otomanos; e uma típica peça folk dos portos de Creta, sobre a desilusão amorosa. São os sons que encerram a 1ª parte do Templo das Heresias.”
(1) Luís Delgado (Espanha) (6) Bilaya 5:04) “As-Sirr”
(2) Ensemble des femmes d’Istanbul (Turquia) (2) Gül yüzlülerin sevkine gel nus edelim mey (6:22) “Chants du Harem”
(3) Ross Daly & Labyrinth (Grécia) (6) Afou ‘Heis Allon Sti Kardia (5:27) “Mitos”


2ª Hora

“Uma Ballade do poeta francês Jehan de Lescurel (século XIV); uma Canção de Trobairitz da Condessa Beatriz de Dia (século XII); e duas Cantigas de Amigo de Pero Meogo e de Martín Códax (século XIII). São os sons que reabrem o Templo das Heresias”.

(1) Amadis (França) (12) Amours, que vous ai meffait (4:18) “Anges ou démons”
(2) Música Antiga da UFF (Brasil) (2) A chantar m’er de so q’ieu no volria (6:19) “A chantar: Trovadoras Medievais”
(3) Paulina Ceremuzynska (Polónia) (9) Levad’, Amigo, que durmides as manhanas frias (4:25) “E Moiro-me d’Amor”
(4) Ensemble Martín Códax (Espanha) (I.14) Ondas do mar de Vigo (3:01) “Devotio: Música para la Virgen y Santiago"

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Composto basicamente por Ute Goedecke (canto, flauta doce e harpa gótica) e Per Mattsson (rabeca medieval e lira da braccio), o Ensemble Laude Novella tem, no entanto, enquadrado outros músicos, dependendo do programa que escolham. Sediado em Skåne (Suécia), especializou-se na interpretação do repertório medieval e dos inícios da Renascença, sobretudo do período Ars Nova e do século XV, quando os novos sons se tornaram cada vez mais populares.
Desde a sua fundação em 1991, com o regresso a casa de Per Mattsson, proveniente da Schola Cantorum de Basileia, os Laude Novella realizaram regularmente vários programas em diferentes contextos. Concertos em catedrais e em igrejas, em ruínas de castelos e em salas de espectáculos, em escolas e em hospitais, em festivais na Suécia e noutros países e em programas de rádio e de televisão foram fazendo a delícia dos apreciadores das músicas sacra e vernácula, interpretadas pelo Ensemble.
O repertório seleccionado pelos Laude Novella é essencialmente da Europa do Sul, uma vez que não existem muitas fontes de música medieval da Suécia. Ainda assim, o Ensemble tenta incluir nos seus programas música com conexões escandinavas, tais como as canções do Livro Piae Cantiones, impresso em 1582, com raízes musicais provenientes da Idade Média.
As performances dos Laude Novella têm uma grande variedade de sons, bem do agrado do público. Para além dos numerosos concertos, (nomeadamente na Suécia, Dinamarca, Finlândia, Alemanha, Holanda, Itália, Letónia, Lituânia, Estónia, Ucrânia, Rússia e Marrocos), o Ensemble Laude Novella tem ministrado, ao longo dos anos, cursos de Música Antiga. Por outro lado, foi editando vários discos, dos quais vamos destacar “O in Italia: Instrumental & vocal music from 14th Century Italy”, que abarca a idade de ouro da música em Itália, o Trecento, século de numerosos manuscritos, música polifónica, teóricos inteligentes e excelentes compositores como Jacopo da Bologna, Francesco Landini, Antonio Zacharia da Teramo e Laudario di Cortona; “Den Bakvända Visan: Medieval music back and forth”, com os compositores dos séculos XIV e XV (Guillaume de Machaut, Jehan de Lescurel, Francesco Landini, Guillaume Dufay, entre outros) cuja complexidade e originalidade não foram ultrapassadas até ao século XX; e “Armed men & fair ladies”, com peças dos séculos XV e XVI de compositores renascentistas como Guillaume Dufay, Gilles Binchois ou Robert Morton.
Mais informações em: http://www.laudenovella.com/


(05) Par ung jour de matinée (Alexander Agricola, ~1446-1506) (1:39) “Armed men and fair ladies”
(14) Saltarello (London MS., século XIV) (4:29) “O In Italia”
(13) Tre fontane (Anónimo, 1300-tal) (4:27) “Den Bakvända Visan”
(15) Musicalis sciencia (Anónimo, 1300-tal) (2:54) “Den Bakvända Visan”
(09) Donnes l’assault a la fortresse (Guillaume Dufay, ~1400-1474) (4:35) “Armed men and fair ladies”
(17) Ave Donna Santissima (Laudario di Cortona, séc. XIII) (4:37) “O In Italia”

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“Um tema do poeta lírico, satírico e filósofo latino Quintus Horatius (65-8 a.C.), retirado das Odes; um canto aos estudantes da Finlândia do século XVI; uma Ballata de Gherardello da Firenze, (c.1322-63), retirada do códice Squarcialupi; e uma dança inspirada na música latina do século XIII. São os sons que encerram o Templo das Heresias”.

(1) Ensemble Cantilena Antiqua (Itália) (9) Est mihi nonum (3:49) “Epos: Music of carolingian era”
(2) Zefiro Torna (Bélgica/Finlândia) (15) Scholares convenite (3:35) “De Fragilitate: Hymns from Medieval Finland”
(3) Mediva (Inglaterra) (3) I’vo’ bene (3:54) "Viva Mediva!"
(4) Ensemble Alcatraz (EUA) (5) DS 11:11 (7:15) “Danse Royale”

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