2010/01/12

Jon Balke & Amina Alaoui (Noruega/Marrocos)/ Amadis (França)

“Uma canção de amor da Guiné Conacri, um tema do Mali sobre a modéstia de uma cantora, uma peça do Senegal moderno e uma melodia da Gâmbia de apelo aos valores do passado. São as primeiras Heresias provenientes do Templo”.
(1) Diéfadima Kanté (9) Diarabi (5:04) “Frankonodou”
(2) N’Gou Bagayoko (4) Sogola Djigui (4:50) “Kulu”
(3) Baaba Maal & Mansour Seck (4) Salminanam (4:25) “Djam Leeli”
(4) Alhaji Bai Konte (7) Alhaji Bamba B. (2:57) “Kora Melodies from the Republic of the Gambia”

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O norueguês Jon Balke é um conceituado pianista e compositor de jazz de vanguarda, ligado à prestigiada etiqueta germânica ECM. Balke começou por tocar piano clássico, mudando, aos 12 anos, para o "boogie woogie", e posteriormente, para os meandros do pós-bop. Aos 18 anos, Jon Balke juntou-se ao quarteto de Arild Andersen e tornou-se activo no grupo de Radka Toneff e no de afro-fusão E'olén, antes de ingressar, nos inícios dos anos 80, nos grupos Oslo 13 e Masqualero. A partir de 1989, Jon Balke concentrou-se nos seus próprios projectos, nomeadamente em Jøkleba (com Audun Kleive Audun e Per Jørgensen) e no ainda existente Magnetic North Orchestra. Em 2002, formou o grupo de percussão Batagraf e em 2007 iniciou o projecto Siwan, com a cantora marroquina Amina Alaoui.
Para "Siwan", um projecto de envergadura quase utópico, Jon Balke, revelando uma invulgar abertura de espírito, rodeou-se de intérpretes de jazz contemporâneo, especialistas da música barroca, virtuosos da música oriental e autores de música antiga. Começa por ser impressionante o poder da voz exótica de Amina Alaoui sobre as composições notáveis de Jon Balke para ensemble barroco, com solistas mergulhando no jazz e improvisando sobre as tradições e sobre os domínios da música antiga. Por detrás deste notável integração musical está uma teia de interconexões filosóficas, históricas e literárias, uma vez que Balke e Alaoui se basearam em textos de poetas sufis, de místicos cristãos e de trovadores da Idade Média, interpretados em várias línguas.
Autêntico mosaico de coloridos ricos em misticismo e uma brilhante fusão da tradição com a modernidade, "Siwan" não só possibilita uma reunião entre os músicos do norte e do sul e um criativo encontro de culturas, como também confirma Jon Balke como um compositor de eleição, Amina Alaoui como uma voz marcante, Kheir Eddine M'Kachiche como um poderoso violinista e Jon Hassell como um exímio aglutinador de diversas tradições. Música mágica arrastando raízes profundas, na mesma linha de “Ragas and Sagas”, que o também norueguês Jan Garbarek produziu com o paquistanês Ustad Fateh Ali Khan, para a mesma editora, em 1992, "Siwan" é, indubitavelmente, um dos melhores discos de 2009.
Mais informações em: http://player.ecmrecords.com/siwan

(04) Ya Safwati (5:17)
(06) Itimad (6:43)
(10) Thulâthiyat (10:04)

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“Uma canção do Sudão que incita ao optimismo, um tema tradicional da Somália sobre a solidão, um canto popular da Etiópia que mistura a tradição e a modernidade e uma história de um colectivo do Senegal/Tuva/Rússia sobre uma criança que chora a ausência da sua mãe. São as sonoridades que encerram a 1ª parte do Templo das Heresias.”
(1) Abdel Gadir Salim All-Stars (5) Bassama (4:45) “The Merdoum Kings play Songs of Love”
(2) Waaberi (2) Cidlaan… (até 3:46) “New Dawn”
(3) Abyssinia Infinite (4) Monew Natana (5:12) “Zion Roots”
(4) Vershki da Koreshki (2) Toumkoumani (6:59) “Vershki da Koreshki”


2ª Hora

“Uma cantiga de Santa Maria, de Afonso X, rei de Castela (Século XIII); um texto literário da Sicília do século XV, atribuído ao Imperador normando Federico II; uma dança Anglo-Normanda de autor anónimo; e um canto escolar proveniente da Finlândia medieval. São os sons que abrem as portas da 2.ª hora do Templo das Heresias.”
(1) Eduardo Paniagua (Espanha) (11) Macar é door (7:18) “Remédios Curativos”
(2) Al Qantarah (Itália) (8) Dolce lo mio drudo (6:40) “Abballati, abballati! Songs and sounds in Medieval Sicily”
(3) Ensemble Alcatraz (EUA) (9) El Tens D’Iver (2:21) “Danse Royale”
(4) Zefiro Torna (Bélgica) (15) Scholares Convenite (3:35) “De Fragilitate (Hymns from medieval Finland)”

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Diplomada em musicologia pela Universidade de Paris, a francesa Catherine Joussellin começa por integrar o coro da Capela Real, estudar viola da gamba e trabalhar o canto. Actua sob a direcção dos consagrados Clemencic, Leonhardt, Eötvös, Minkowski e Van Nevel e participa em numerosos concertos e festivais. Funda posteriormente os ensembles Discantus e Alla Francesca e trabalha com a Boston Camerata, Gilles Binchois, Douce Mémoire, A Sei Voci e Huelgas Ensemble, com quem grava diversos discos.
Em 1989, Catherine funda o ensemble Amadis, actualmente constituído também por Olivier Marcaud (canto e percussões), Christophe Deslignes (organetto, flautas medievais), Jean-Lou Descamps (sanfona, saltério, tambura) e Xavier Terrasa (canto, chalemie, cornemusa, flautas medievais, symphonie). A partir do seu primeiro concerto na Fundação Boris Vian, o grupo Amadis começa a explorar a cultura medieval, através de linguagens privilegiadas como a literatura e a música.
As interpretações dos AMADIS são baseadas no estudo da notação original do texto e da música das variadas obras medievais (romances, poesias, contos, crónicas, jogos, fábulas, récitas, farsas, canções, reverdies, lais, baladas, rondeaux, virelais, motets...) e decorrem de um interesse particular em procurar as intenções profundas dos autores da época. Posteriormente o ensemble Amadis consagra-se também na criação contemporânea, mas é no seio de grupos como Gilles Binchois, la Chapelle Royale, Huelgas Ensemble, Millenarium, Boston Camerata, Hespérion XXI... que os músicos do ensemble Amadis se revêem.
Ao longo dos anos,Catherine Joussellin criou com o Ensemble Amadis uma adaptação cénica de Roman de Fauvel (um poema satírico do século XIV), a Lenda de Tristan et Yseut, a Lenda do Coeur mangé, o Elogio da Feminilidade (da Idade Média aos nossos dias) e o espectáculo Colette (a partir de músicas de Hahn, Satie e Ravel), entre outras. Editou, ainda, os registos “LE MANUSCRIT NIVELLE DE LA CHAUSSÉE” (ADDA, 1992), “SUR LES CHEMINS DE SAINT-JACQUES” - Cantos dos peregrinos a Santiago de Compostela, dos séculos XII a XV (JADE, 1998 -1999), “MUSIQUE AU TEMPS DE JEHANNE D’ARC” (JADE, 1999), “CANTOS DE LA VIDA” - Cantos dos judeus da Espanha Medieval (DBA, 2004) e “ANGES OU DÉMONS” - baseado nas obras de Jehan de Lescurel e Philippe de Vitry, compositores do século XIV (DBA, 2009).
Mais informações em: http://ensemble.amadis.free.fr/crbst_1.html

(02) A que por muy gran fremosura (1:55) “Sur Les Chemins de Saint-Jacques”
(04) Hija mia mi querida (2:50) “Cantos de la Vida”
(01) Nani, nani (4:51) “Cantos de la Vida”
(06) El Rey de Francia (4:27) “Sur Les Chemins de Saint-Jacques”
(03) Amours, trop vous dói cherir (4:08) “Anges ou démons”
(08) Bontés, sem, valours (4:50) “Anges ou démons”

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“Com diversas canções dos judeus sefarditas encerramos o Templo das Heresias de hoje”.
(1) Ensemble Antequera (Holanda) (2) Nani, nani (2:42) “Jews & Christians”
(2) Ruth Yaakov Ensemble (Israel/Albânia/Arménia/Turquia) (6) Salgash madre (4:12) “Shaatnez: Sefardic Songs of the Balkans”
(3) Lena Rothstein (Grécia) (9) Dia de Shabbat (3:40) “Cantos Judeo-Españoles”
(4) Emil Zrihan (Marrocos) (15) Kochav Tzedek (6:00) “Ashkelon”