2006/09/12

Lullabies (ellipsis arts) / Ensemble Alpha (Portugal)

“Uma canção tradicional da Sardenha, uma versão de um tema popular da Bulgária, um canto baseado numa melodia da Mongólia, e uma dança dos dervishes do vale das sombras. São os sons que abem hoje as portas do Templo das Heresias”.

(1) Ghjuvanpetru Lanfrsnchi (9) Brunetta (4,29) “David Rueff: Tra Ochju e Mare”
(2) Passio (1) Stava la madre (4,29) “Passio”
(3) Faraualla (5) Szerelem (1,34) “Faraualla”
(4) Nomad (9) Mokilikili (3,18) “Ciguri”
(5) Sainkho (6) Valley of Shadows (4,25) “Naked Spirit”

(Separador)

“Ao longo dos tempos e nos mais variadíssimos lugares, a canção tem sido um das expressões fundamentais da existência humana. Tal como os lamentos fúnebres, as celebrações dos casamentos, os cantos do trabalho e a música ritual, também as canções de embalar datam de tempos imemoriais. Intimamente e quase exclusivamente ligado a experiências femininas (as mães, naturalmente, mas também as avós, as tias, as amas…), as canções de embalar constituem o primeiro contacto das crianças com a música; mas é, também, o amor e a linguagem do coração que são transmitidos através destas canções, destinadas a acalmar as crianças e a conduzi-las serenamente ao sono.
Em termos musicais, as canções de embalar, sejam quais forem as suas proveniências, mostram um certo número de similaridades: versos simples, refrões baseados em cantos onomatopaicos, um número limitado de sequências melódicas que podem ser repetidas e ritmos suaves e monótonos para ajudarem as crianças a adormecer. A origem dos textos pode ser extremamente diversa: a promessa de um objecto ou de um brinquedo, a referência ao regresso de um pai ausente, a incorporação de temas religiosos, a evocação de circunstâncias próprias e pessoais dos intérpretes, sobretudo quando as crianças ainda não dominam a linguagem, etc.
Já aqui destacámos, em diversas ocasiões, alguns discos dedicados às canções de embalar (“The Planet Sleeps”, “Cuban Lullaby”, “Brazilian Lullaby”, “African Lullaby”, “Traditional Lullabies” de Nikos Kypourgos e Savina Yannatou, “Ninna Nanna”, de Montserrat Figueres, entre outros). Hoje vamo-nos debruçar sobre cinco antologias da etiqueta americana ellipsis arts …: “Latin Lullaby”, “Mediterranean Lullaby”, “American Lullaby”, “World Music for little ears” e “Lullabies for a small world”, autênticas viagens musicais ao mundo das canções de embalar.

(1) Nelie Lebron – A dormir ticura (0,52) Porto Rico
(2) Ntomb’khona Diamini-thula A Sul Latim(3,08) Zimbabwe
(3) Clara Alonso - Oguere (1,41) Cuba
(4) Chiara Civello – Ninna Nanna (3,39) Sicília
(5) Alessandra Belloni – Nia, Nia (3,00) Itália/ Grécia

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“Uma tema basco sobre o exílio, uma canção tradicional da etnia saami da Lapónia e um canto dos índios Seri de Sonora (México) que acompanha o nascimento enceram a 1ª parte do Templo das Heresias”

(1) Pedro Soler & Benãt Achiary (7) Chant d’exil (4,59) “Prés du coeur sauvage”
(2) Wimme (6) Boaimmas (5,35) “Wimme”
(3) Yaki Kandru (3) Canto de los seri (7,00) “Music from the Tropical rainforest & other Magic Places”


2ª Hora

“Musica do Antigo Egipto”

(1) Ali Jihad Racy (Líbano) (2) The land of Blessed (6,56) “Ancient Egypt”
(2) Michael Atherton (Austrália) (17) Shen song (5,02) “Ankh: The Sound of Ancient Egypt”
(3) Rafael Pérez Arroyo/ The Hathor Ensemble (3) Iba Dance (6,59) ) “Ancient Egypt: Music in the age of the Pyramids”

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As variadíssimas tradições de canto litúrgico cristão, ortodoxas e católico – romanas, não só reflectem a triste separação entre o Oriente helénico e o Ocidente latino, mas também mostram interligações, tanto com outras tradições de canto como com repertórios populares. São estes contrastes e ligações que fornecem o pretexto para a edição de “O Divina Virgo”, do Ensemble Alpha (2005 DARGIL).
”Kyrie Cunctipotens” em notação bizantina, de um manuscrito proveniente do centro de espiritualidade ortodoxa – O Monte Athos, na Grécia, é a obra emblemática do “convívio” Oriente/Ocidente e do disco; um hino à Virgem contado normalmente para concluir a anáphora (Cânon) da Divina Liturgia e um apolitíquio (hino de demissão) para a festa de São João Crisóstomo, exemplo paradigmático do canto do Mosteiro de Valaam (Rússia/Finlândia), um cântico da tradição carpato-russa entoado nas Grandes Completas de Natal são outros exemplos da vertente oriental na gravação.
Para representar a tradição ocidental em “O Divina Virgo”, está incluída uma série de obras medievais que mostram uma espiritualidade mais popular, entre as quais dois hinos em canto chão, publicadas em Espanha no séc. XVI, um virelai com refrão coral incluído no Llibre Vermell de Montserrat (séc. XIV) e textos de louvor à Virgem Maria (séc. XIII).
Interpretam “O Divina Virgo” O Ensemble Alpha, sediado em Lisboa, um grupo especializado nos contrastes e ligações entre várias tradições medievais de música sacra, com ênfase especial nas de países ortodoxos e da Península Ibérica, e com uma abordagem fortemente influenciada por diversas tradições populares.


(12) 4,21
(6) 3,07
(14) 3,11
(1) 4,43
(2) 4,01
(T.T. 19,23)

(Separador)

“Um tema sefardita., uma peça do Cancioneiro de Barbieri (séc. XVI) e um tema do séc. XII do Codex Calixtimius (Catedral de Santiago) São os sons que encerram hoje o Templo das Heresias.”

(1) Arianna Savall (2) Yo m’enamori (5,08) “Bella Terra”
(2) Begoña Olavide/ Mudejar (3) Los Sospiros (7,13) “Cartas al rey moro”.
(3) Ensemble Weltgesang (1) Dum Paterfamilias (7,36) “Primus Ex Apostolis”.

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