2009/05/24

Rokia Traoré (Mali) / The Renaissance Players Winsome Evans (Austrália)

“De Israel provém uma fusão perfeita entre as músicas de origem muçulmana e judaica e da Argélia uma improvisação no oud, o alaúde árabe. São os sons que abrem hoje as portas do Templo das Heresias”.
(1) Yair Dalal (4) Al Ol (7:39) “Al Ol”
(2) Alla (5) Espérance (9:57) “Tanakoul”

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Rokia Traoré é uma jovem do Mali que representa uma nova geração de artistas africanos que permanecem fiéis às suas raízes e que, simultaneamente, mantêm um olhar sobre as tendências do mundo moderno. Esta espécie de cantautora africana conhece bem os griots, mas também o jazz, a música clássica, o rock, os blues e a música indiana. De forma segura, Rokia Traoré tem seguido as tradicionais características das músicas do oeste africano, mas enveredado também por caminhos inovadores. Por vezes, arrisca combinações instrumentais únicas, quando, por exemplo, utiliza o balafon balaba (característico de Bélédougou, a sua região, no sul do Mali) e o n’goni (espécie de guitarra maliana, o instrumento favorito dos griots Bambara). Por outro lado, Rokia rejeita definitivamente a kora, o instrumento de cordas emblemático do oeste africano, substituindo-a por uma guitarra acústica.
Depois de aqui termos destacado Mouneïssa (1998), Wanita (2000) e Bowmboï (2003), a talentosa compositora maliana regressou com Tchamanché (2008), um registo onde, uma vez mais, inclui autênticas pérolas de depuração acústica, em que a delicadeza e simplicidade não se confundem com fragilidade. A guitarra eléctrica Gretsch, a harpa, o N’Goni, a voz sussurrante de Rokia, as letras na língua Bambara e os instrumentos clássicos, tudo em perfeita harmonia, criam uma atmosfera envolvente e hipnótica, fazendo de Tchamanché um dos discos do ano.


(05) Kounandi (6:20)
(01) Dounia (5:23)
(02) Dianfa (4:33)

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“De Espanha provém um poema de Garcia Lorca, do Indostão uma composição do século XVI e da comunidade indiana de Inglaterra um tema de Ghazal, a forma suprema da expressão do amor. São os sons que encerram a 1ª parte do Templo das Heresias.”
(1) Camarón de la Isla (1) Nana del caballo grande (4:58) “Autorretrato”
(2) Ali Akbar Khan (4) Tarana (8:21) “Legacy”
(3) Najma Akhtar (4) Apne Hathon (5:36) “Qareeb”


2ª Hora

“Extraordinárias fusões entre a música antiga europeia e a tradicional indiana: Um canto gregoriano acompanhado pela sitar, um tema da Itália do século XIII cruzado com um canto devocional da Índia do Sul e um raga ocidentalizado.”
(1) Ustad Nishat Khan & Ensemble Gilles Binchois (7) Alleluia – Excita Domine, potentiam tuam (3:37) “Meeting of Angels”
(2) Aruna Sairam & Dominique Vellard (4) Ave vergene & Raga Caliani (11:31) “Sources: Devotional Chants of Southern India & Medieval Europe”
(3) Alain Zaepffel, Véronique Dietschy, Sulochana Brahaspati, Zakir Hussain et l’ensemble Gradiva (5) 3ème leçon du mercredi Saint (8:19-11:53) “Leçons de ténebres & Raga de la nuit avancée”

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Fundado em 1967 pelo professor Winsome Evans, da Universidade de Sidney, o ensemble The Renaissance Players Winsome Evans é o mais conceituado agrupamento australiano dedicado à música antiga. Tornou-se conhecido principalmente pelos seus variados e imaginativos concertos, que comportam poesia, música, dança e procissões. Como o próprio nome indica, The Renaissance Players foram constituídos para demonstrar a função particular do ensemble em dar uma nova vida e fazer reviver a música do passado, baseando o seu trabalho numa recolha exaustiva e posterior estudo e prática, no sentido de reproduzirem os estilos e géneros musicais há muito perdidos no tempo.
Em 1999, The Renaissance Players lançaram a caixa com 4 CDs “The Sephardic Experience” (Celestial Harmonies) - dedicada ao espólio das comunidades sefarditas da Europa, Império Otomano e Norte de África, (previamente editado nos registos “Thorns of Fire”, “Apples & Honey”, “Gazelle & Flea” e “Eggplants”) - que atempadamente foi destacada em “O Templo das Heresias”.
Em 2001, The Renaissance Players lançaram a antologia “Of Numbers And Miracles: Selected Cantigas de Santa Maria” (Celestial Harmonies), que compilava temas dos registos “Songs For A Wise King” (Cantigas I) “Maria Morning Star” (Cantigas II) e “Mirror Of Light” (Cantigas III).
Como temos relembrado, por variadíssimas ocasiões, a colecção de “Cantigas de Santa Maria” abarca 426 obras dedicadas à Virgem, compostas na segunda metade do século XIII, por volta de 1250-80, sob a direcção do então rei de Castela, Afonso X, o sábio (1221-1284). Pela sua coerência temática e formal, pela sua homogeneidade estilística, pelo seu número e até pela beleza dos próprios manuscritos que as contêm (alguns deles com luxuosas miniaturas), esta colecção tornou-se num fenómeno particular na história da música medieval e constitui o cancioneiro com mais variedade de temas acerca da Virgem Maria em toda a Europa.
(13) Cantiga 100: Santa Maria strela do dia (3:55)
(02) Cantiga 10: Rosa das rosas (5:34)
(05) Cantiga 2: Muito devemos varões (7:36)
(14) Cantiga 340: Virgen madre groriosa (10:08)

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“Cânticos religiosos do Líbano, Bulgária e Austrália/Inglaterra encerram o Templo das Heresias de hoje”.
(1) Soeur Marie Keyrouz & L’Ensemble de la Paix - (2) Ilahi hanayta-s-sama (8:11) “Cantiques de l’Orient”
(2) Vox (10) Alleluja (7:46) “X Chants from Christian Arab Tradition”
(3) Sinfonye (10) O Bonifaci (3:04) “O nobilissima viriditas (The Complete Hildegard Von Bingen, volume three)”

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