“Dois curiosos cantos tradicionais joikh da etnia Saami da Lapónia, um poema árabo-andaluz sobre o estado estático em que a luz divina nos penetra e um lamento de uma alma touareg atormentada. São os sons que abrem hoje as portas do Templo das Heresias”.
(1) Sainkho/Ned Rothenberg (Tuva/EUA) (5) Lake Song (5:10) “Amulet”
(2) Wimme (Lapónia) (2) Alit Guoldu (4:17) “Wimme”
(3) Steve Shehan (EUA) (1) Wajd (4:08) “Safar”
(4) Toumast (Mali-Touaregs) (9) Amidinine (6:06) “Ishumar”
(Separador)
Os Kroke (nome que em Yiddish significa Cracóvia) são um trio polaco especializado na música klezmer, a música tradicional judaica instrumental da Europa do leste. O grupo é formado pelo contrabaixista Tomasz Lato, pelo violinista, flautista e pianista Tomasz Kukurba e pelo acordeonista Jerzy Bawoł, colegas da Academia de Música de Cracóvia. Todos têm formação clássica e conhecimentos de jazz e já tocaram com Ravi Shankar, Bustan Abraham, Klezmatics, Van Morrison, Natacha Atlas e Nigel Kennedy. Começaram a sua carreira internacional em 1993, em Jerusalém, num Encontro de sobreviventes do Holocausto promovido por Steven Spielberg, que ficara impressionado quando os viu actuar num auditório de Cracóvia, na altura das filmagens de “A Lista de Schindler”. Em Portugal, actuaram em 2000, no Seixal, aquando da 11.ª edição do “Cantigas de Maio”. Têm até à data oito registos editados, sendo “The Sounds of the Vanishing World” (1999) - o excelente quarto registo, premiado pela crítica discográfica alemã - o responsável pela sua vinda a Portugal.
O último “Out of Sight” (2009 Oriente Musik/ Megamúsica) é um registo onde, naturalmente, predominam os andamentos klezmer, mas enriquecidos com doses controladas das músicas tradicionais grega e turca, sefardita, cigana, clássica e jazz. O resultado é um exótico caldeirão de sonoridades ora melancólicas ora festivas, mas sempre com um toque assumidamente contemporâneo.
Mais informações em: http://www.kroke.krakow.pl/html_en/main_en.html
(02) Janitsa (5:33)
(01) Medinet (5:23)
(06) A Luftmentsch (6:48)
(Separador)
“Uma dança apocalíptica da Jugoslávia que envolve o tango nas típicas secções de metais dos Balcãs e uma peça instrumental tradicional do Egipto que evoca o tempo dos faraós. São os sons que encerram a 1ª parte do Templo das Heresias.”
(1) Boris Kovac & Ladaaba Orchest (Jugoslávia) (2) Begin-ing (7:57) “The Last Balkan Tango”
(2) Mahmoud Fadl (Egipto) (4) Ishlonak (9:05) “Love Letter from King Tut-Ank-Amen”
2ª Hora
“Um poema do século XVI do húngaro Bálint Balassi, sobre o sofrimento de um jovem apaixonado; um tema inspirado nos Cátaros, um movimento espiritual dos séculos XII e XIII; uma canção dos judeus sefarditas de Izmir; e um cantiga do trovador do século XII, Berenguer de Palol, da Catalunha.”
(1) Musica Historica (Hungria) (I.5) Siralmas nékem idegen földen (2:05) “Jelentem Versben Mesémet (Songs of Bálint Balassi)”
(2) Zefiro Torna (Bélgica) (16) Tan tai mon còr (4:44) “Compilation CD”
(3) Amadis (França) (6) Reina de la gracia (5:42) “Cantos de la Vida: Chansons de l’Espagne Médiévale”
(4) Ensemble Cantilena Antiqua (Itália) (3) De la gençor qu’om vey (6:48) “Berenguer de Palol: joys amors et chants”
(Separador)
É impressionante que tenham sobrevivido ao tempo um número significativo de composições e de textos teóricos sobre a música da Grécia Antiga. Autores como Platão e Aristóteles, entre outros, contribuíram com informações teóricas, a educação musical e o papel da música na sociedade. Aristoxenus, um discípulo de Aristóteles, escreveu sobre os aspectos práticos da performance musical e, juntamente com Euclides, Pitágoras e Ptolomeu, foi um importante precursor da acústica. Por sua vez, um tratado de Alípio constituiu a principal fonte de informações para a interpretação da notação musical grega. Esses documentos escritos serviram de modelos para os tratados teóricos posteriores e ajudaram a moldar o curso da música ocidental e do Médio Oriente.
Outros meios de informação sobre a música grega antiga foram adquiridos a partir dos objectos de arte sobreviventes, especialmente esculturas e pinturas em vasos, que retratam músicos e instrumentos. Por outro lado, há, ainda, uma série de auloi e de outros instrumentos sobreviventes.
Lamentava-se, no entanto, o facto de existir na actualidade apenas um pequeno número de composições da Grécia Antiga. Felizmente, graças a pesquisas recentes, mais de 50 exemplos desse emocionante repertório foram descobertos com notação musical, nomeadamente em Oxyrhynchus (Egipto) e incluídos, pela primeira vez, nos registos do Ensemble De Organographia, um extraordinário grupo de Oregon (EUA) constituído por Philip Neuman e Gayle Neuman, especializado na música da Antiguidade, da Idade Média, do Renascimento e do século XIX.
Descobertas arqueológicas na Síria e no Iraque, durante as últimas décadas, trouxeram ao conhecimento novos documentos musicais que têm aumentado bastante a nossa compreensão da música antiga. Textos que descrevem a notação musical da Babilónia foram descobertos em Ur e em Ashur e composições escritas nesse sistema foram encontrados em Ugarit e Nippur. Essas descobertas ajudaram a clarificar a arte musical Sumero-Babilónica e, enquanto as informações sobre a notação musical egípcia permanecem obscuras por comparação, várias descrições verbais de performances instrumentais e alguns documentos musicais que sobreviveram ao tempo foram identificados.
Na gravação “Music of the Ancient Greeks” (1995, 1997 Pandourion Records), aparece a maior parte do repertório grego antigo existente, preservado principalmente na pedra e no papiro, abarcando quase 800 anos (desde o século V a.C. ao século III), excepto algumas peças que se pensa serem apócrifas, vários fragmentos muito curtos, e uma série de outras peças que aparecem em “Music of the Ancient Sumerians, Egyptians & Greeks”, (2006, 1999 Pandourion Records). O repertório desta gravação remonta ao século XX a.C. e vai até ao século III e inclui, entre outras, as instruções musicais para o hino a Lipit-Ištar, o Rei da Justiça, que é considerado o mais antigo exemplo de notação musical sobrevivente até ao nosso tempo. As selecções abarcam temas em diferentes estados de preservação, desde o quase perfeito “Hino 6 a Hurrian”, até a pequenos fragmentos de melodia e texto.
Todos os instrumentos utilizados nos discos são originais (o par de címbalos krotala, por exemplo) ou cópias de instrumentos antigos, construídos principalmente pelos executantes, a partir de representações iconográficas, nomeadamente a lira, cítara, pandoura, salpinx, trichordon, aulos, psithyra, sistro, monokalamos, siringe e tympanon.
Mais informações em: http://www.emgo.org/performers.htm
Discos disponíveis em: http://www.northpacificmusic.com/
“Music of the Ancient Sumerians, Egyptians & Greeks”
(25) Harp Piece II (6th c. BC) EGYPTIAN MUSIC (2:02)
(01) Musical Excerpts (2th c. AD) GREEK MUSIC FROM EGYPT (3:02)
(11) A Zaluzi to the Gods (c. 1225 BC) SUMERO-BABYLONIAN (3:49)
“Music of the Ancient Greeks”
(15) Dramatic lament on Ajax's suicide (late 2nd c. AD) (4:26)
(02) Hymn to the Sun, Mesomedes (2nd c. AD) (2:45)
(17) Christian hymn (3rd c. AD) (Oxyrhynchus 1786) (2:27)
(06) Invocation of Calliope and Apollo, Mesomedes (2nd c. AD) (3:21)
(Separador)
“Uma composição de Hayne van Ghizeghem, do século XV, do Cancioneiro do Escorial; um tema espanhol anónimo, do século XVI; uma extraordinária versão do tema Ave Maria, proveniente da Bielorrússia; e uma cantiga do poeta Gillebert de Berneville, do século XIII, da Aquitânia. São os sons que encerram o Templo das Heresias”.
(1) Speculum (Espanha) (15) De Tous bien playne (4:49) “Splendor: Cancionero de El Escorial Vol. IV”
(2) Carlos Bica & Azul (Portugal) (8) Ay! Linda Amiga (6:23) “Twist”
(3) Vyatchescav Kagen-Paley (Bielorrússia) (2) Ave Maria Remix #3 (5:39) “Trance Planet, Volume Three”.
(4) Constantinople (Irão/...) (2) De moi dolereus vos chant (5:00) “Constantinople”
Sem comentários:
Enviar um comentário