“Texturas mágicas extraídas do rabab, um instrumento de 13 cordas do Afeganistão; a música dos Uigures, o grupo étnico mais importante da China; e uma excelente demonstração do throat singing, o canto harmónico de Tuva. São os sons que abrem hoje as portas do Templo das Heresias”.
(1) Stephan Micus (Alemanha) (4) For M’schr and Djingis Khan (6:24) “Implosions”
(2) Pasha Ishan & Dalirhan (China) (4) Primavera Branca (3:54) “Vozes e Ritmos do Oriente, Vol. I”
(3) Ensemble Tuva (Tuva) (3) Tying Siirtuktiilerining Iri(5:41) “Voices from the Land of the Eagles”
(Separador)
O grupo tuaregue Tamikrest, cujo nome significa "o nó, a junção ou a coligação", uma referência ao facto dos membros da banda serem provenientes de diferentes regiões, é constituído por sete jovens músicos originários do Mali, do Níger e da Argélia. Formaram-se em 2006 para expressar a identidade do povo nómada que habita o deserto do Sahara, nos países citados e na Líbia. Sob o lema "Um deserto nos rege, uma língua nos une e uma cultura nos aproxima", os Tamikrest exprimem-se orgulhosamente em Tamasheq, a língua dos tuaregues, e cultivam o rock Ishumar, a música rebelde tuaregue. Andy Morgan, durante muitos anos gerente dos Tinariwen, aponta-os mesmo como “o futuro da música Tamasheq”.
Ousmane Ag Mossa, o líder dos Tamikrest, teve uma infância fustigada pelos ventos implacáveis da história recente dos Tuaregues e esse facto reflecte-se na sua música. As secas de 68 a 74 quase destruíram os rebanhos e, com eles, o antigo modo de vida nómada dos Tuaregues e as secas de 84 e 85 quase deram o golpe final. Milhares de tuaregues jovens fugiram para o exílio na Argélia, Líbia, Burkina Faso e arredores e assim nasce o moderno estilo de música tuaregue alimentada pela raiva, saudades, frustrações e sonhos de uma vida melhor. Esta geração de homens Tuaregues, conhecida como Ishumar, retornou ao Mali e ao Níger, em 1990, para se revoltar contra a indiferença, a corrupção e a arrogância dos governos nas capitais distantes de Bamako e de Niamey. É neste contexto que se situam os Tamikrest.
Revelando-se determinados na afirmação da música tuaregue e prosseguindo os caminhos trilhados pelos Tinariwen - os pioneiros e expoentes do rock Ishumar - de quem se consideram "filhos espirituais, os Tamikrest centram-se sobretudo na repressão de que são vítimas os tuaregues na actual sociedade maliana e na luta pela auto-determinação do povo nómada. Naturalmente que também louva o deserto, um lugar fundamental para os Tuaregues. E foi nas dunas de seda de Essakane, no Festival do Deserto de 2008, que encontraram os Dirtmusic, grupo que, mais tarde, retorna ao Mali para gravar o álbum "BKO" e apresentar os Tamikrest, bem como Fadimata dos Tartit e Lobi Traoré. Daí à gravação de “Adagh” (2010 Glitterhouse Records), o álbum de estreia dos Tamikrest, produzido por Chris Eckman dos Dirtmusic, em Bamako, a capital do Mali, foi um passo.
Ao ouvirmos os primeiros acordes de “Adagh", de imediato os associamos às melodias intensas e hipnóticas do blues e do rock dos seus vizinhos Tinariwen, nomeadamente nos inevitáveis ecos do estilo de guitarra rítmica galopante. Ainda 2010 vai a meio e já está encontrado o Álbum do Ano.
Mais informações em: http://www.myspace.com/tamikrest
(04) Tamiditin (3:37)
(02) Aicha (3:18)
(09) Adagh (3:07)
(01) Outamachek (3:24)
(05) Aratane N' Adagh (5:10)
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“Um bhajan, canto tradicional sagrado de devoção proveniente da Índia; e uma curiosa composição inspirada no canto bifónico dos monges budistas do Tibete, enriquecida por sonoridades provenientes de instrumentos orientais (tabla, oud, zarb). São os sons que encerram a 1ª parte do Templo das Heresias.”
(1) Shri Anandi Ma (Índia) (3) Guru Vandan (11:51) “Divine Bliss”
(2) David Hykes (EUA) (2) True to the Times (8:06) “True to the Times (How to be?)”
2ª Hora
“Um poema do século II da autoria de Mesomedes, da Grécia Antiga; uma demonstração das potencialidades da lira de Ur (Mesopotâmia) no 3.º milénio a.C. e da cithara na Roma Antiga; e uma dança do Antigo Egipto, dedicada à deusa Hathor, de cerca de 2500 a.C.”
(1) Ensemble De Organographia (EUA/Grécia Antiga) (6) Invocation of Calliope and Apollo (3:22) “Music of the Ancient Greeks”
(2) Janet Smith (EUA/Suméria) (4) The Hurrian Hymn (4:52) “Seven Modes for an Ancient Lyre”
(3) Synaulia (Itália) (5) Symphoniaci (5:50) “Music from Ancient Rome, Vol. 2: String Instruments”
(4) Rafael Pérez Arroyo/Hather Ensemble (Espanha) (3) Iba Dance (7,08) “Ancient Egypt: Music in the Age of the Pyramids”
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O ensemble Mediva, liderado pela proeminente inglesa Ann Allen, tem sido um imaginativo grupo medieval que se tem dedicado, sobretudo, à interpretação do repertório dos séculos XII a XV. Surgiu no cenário musical em 1998 com um brilhante concerto no Royal Academy of Music e, a partir daí, passou a enquadrar os principais eventos dedicados à música antiga. Composto por uma mistura eclética de dez intérpretes, o grupo foi criado com a intenção de trazer paixão e vida à música de épocas anteriores e de ir além da sua autenticidade, experimentando-a com o jazz, a improvisação, o teatro e a dança. Com efeito, os Mediva fazem música medieval surpreendentemente moderna através de arranjos inovadores e de exímias performances que podem ir do desempenho num organum do século XI a partir da notação original num proeminente Festival de Música Antiga até ao balançar roqueiro, à improvisação e aos cruzamentos num qualquer clube nocturno.
Inovação e diversidade são as características principais dos Mediva, alimentadas pela visão criativa e energia de Ann Allen e pelo contributo de cantores e multi-instrumentistas, expoentes nas suas áreas e recrutados em toda a Europa, que actuaram com alguns dos principais grupos medievais, como Alla Francesca, Sarband, Lucidarium, Les Haulz et Les Bas e Micrologus. Apresentando uma mistura exótica de instrumentos medievais e árabes, como o oud, saz, shawms, flautas, harpa, saltério, violino e percussão, bem como uma variedade de técnicas do canto para se adequar a cada repertório, os Mediva desenvolveram uma nova forma de executar a música medieval e, ao invés de tentarem recriar o passado, usam a música antiga como fonte de inspiração para um novo som do mundo.
Até à data, os Mediva lançaram dois registos: “Viva Mediva!” (2000 Mediva), em que as sofisticadas polifonias de Itália do século XIV intercalam na perfeição com as Cantigas de Santa Maria (Afonso X, o Sábio de Castela) e as Cantigas de Amigo (Martin Codax), do século XIII; e “Gabriel's Message” (2005 Mediva), uma celebração do Advento, que reúne peças dos manuscritos ingleses dos séculos XIII ao XV e que retratam a visita do Anjo Gabriel à Virgem Maria.
Mais informações em: http://www.mediva.co.uk/
(10) Mui grandes noit' e dia (3:59) “Viva Mediva!”
(13) Verbum caro factum est (3:10) “Gabriel's Message”
(03) I’vo’ bene (3:54) “Viva Mediva!”
(08) Nota (2:01) “Gabriel's Message”
(03) Edi beo thu hevene quene (5:53) “Gabriel's Message”
(08) Ondas do Mar (3:53) “Viva Mediva!”
(Separador)
“Uma Cantiga de Santa Maria, de Afonso X, o Sábio, de Leão e Castela (1221-1284); uma composição anónima da Catalunha, do famoso Llibre Vermell de Montserrat (século XIV); e um canto de devoção da Itália das Comunas. São os sons que encerram o Templo das Heresias”.
(1) Obsidienne (França) (3) Como somos per conssello (6:32) “Miracle! Cantigas d’Alfonso el Sabio”
(2) Abendmusik (Espanha) (2) Los set gotxs (7:19) “Música en tiempos de las Catedrales”
(3) La Reverdie (Itália) (5) Voi ch’amate (5:10) “Laude di Sancta Maria”.
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