2011/03/31

Souad Massi (Argélia) / Soeur Marie Keyrouz (Líbano)

“Uma canção de amor da Mauritânia, um elogio à mulher proveniente do Níger, um tema dos poetas rebeldes do Mali desértico e um manifesto político dos Sahraoui (Sahara Ocidental). São os sons que abrem hoje as portas do Templo das Heresias”.

(1) Malouma (Mauritânia) (9) Mahma El Houb (5,49) “Dunya”
(2) Etran Finatawa (Níger) (2) A Dunya (5,03) “Desert Crossroads”
(3) Tinariwen (Mali) (3) Chatma (5,36) “Amassakoul”
(4) Mariem Hassan (Sahara Ocidental) (8) Id Chab (3,34) “The Rough Guide to the Music of the Sahara”

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“O Ciclo dedicado às músicas do mundo na Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa na Temporada 2010/ 2011 apresenta, dia 28 de Março, a argelina Souad Massi substituindo a indiana Anoushka Shankar que cancelou todos os seus espectáculos previstos para esta altura.
Nascida na Argélia em 1972, Souad Massi destacou-se como vocalista e guitarrista, sofrendo influências do flamenco e de cantautoras de intervenção como Joan Baez, em proveito de um estilo muito pessoal e criativo, aberto ao Norte e ao Sul, ao Oriente e ao Ocidente. Apadrinhada por importantes músicos como Geoffrey Oryema, Thierry Robin, Idir e a Orquestra Nacional de Barbes, Souad Massi rapidamente se converteu numa das revelações indiscutíveis da música do Magrebe.
Souad começou por editar o registo “Raoui” – que significa “contadora de histórias” – cujos textos, em árabe e em francês, indiciavam o surgimento de uma nova cantora de intervenção. Em 2003 editou “Deb (heart broken)”, um álbum onde Souad mostrava a sua faceta mais poética e romântica. Em 2005, a jovem argelina regressou com “Honeysuckie (Mesk Elil)”, um álbum onde se revelavam canções pop com arranjos de luxo. Após a compilação ao vivo "Acoustic", em 2010, Souad Massi regressou com o "Ô Houria", um trabalho subtil, apaixonado e desarmante onde a cantora e guitarrista argelina, radicada em Paris, incorpora as influências ocidentais nas suas raízes. À música árabe e à pop, adornadas pela voz de arabescos de Souad, juntam-se guitarras, ukelele, bouzouki, mandolim, oud, piano, acordeão e percussões várias.
Mais informações: http://www.souadmassi.net/

(01) Samira Meskina (4:02) “Ó Houria”
(01) Raoui (4:27) “Raoui”
(02) Ghir enta (5:07) “Deb (heart broken)”
(10) Why is my heart sad (malou) (6:08) “Honeysuckie (Mesk Elil)”

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“Uma canção de amor sofrido das Ilhas Baleares, um tema tradicional do México sobre a escravatura, uma melodia que exalta a beleza das paisagens de Cuba e um canto da mestiçagem típica de Cabo Verde. São os sons que encerram a 1ª parte do Templo das Heresias.”

(1) Buika (Ilhas Baleares) (8) Volver (4:23) “Niña de Fuego”
(2) Lhasa (México) (5) El Payande (3:31) “La Lhorona”
(3) Omara Portuondo (Cuba) (5) Junto a un cañaveral (3:30) “Flor de Amor”
(4) Simentera (Cabo Verde) (1) Ami Xintadu (4:32) “Tr’adictional”

2ª Hora

“Uma adaptação de uma canção tradicional grega denominada “Oneiron tes kóres”, um tema anónimo sobre uma paixão por uma donzela e uma melodia tradicional do século X dos judeus iemenitas. O património sefardita na abertura da segunda parte do Templo das Heresias”.

(1) Primavera en Salonico (Grécia) (2) El sueño de la hija del rey (4:50) “Anixi sti Saloniki”
(2) Arianna Savall (Suíça) (2) Yo m’enamori d’un aire (5:08) "Bella Terra”
(3) Judith R. Cohen (Canadá) (2) Dror Yigra (7:51) “Empezar quiero contar”

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A libanesa Marie Keyrouz alia os seus profundos conhecimentos musicológicos do canto sacro ocidental e oriental a uma voz com um timbre de rara beleza e espiritualidade. Observando o ritmo ortodoxo grego, de onde uma parte da liturgia é em siríaco, os álbuns “Chant Byzantin” (1989), “Chant Traditionnel Maronite” (1991) e “Chants Sacrés Melchites” (1994) revelam-nos um trabalho que Marie Keyrouz vem desenvolvendo em prol da divulgação do canto sacro subjacente a liturgias específicas que teimam em sobreviver no conturbado e dito berço da humanidade. Em 1996, Marie Keyrouz editou “Cantiques de l’Orient”, em 1999 “Sacred songs from East & West”, em 2001 “Psaumes pour le 3ème Millénaire” e em 2003 “Hymnes to Hope”, registos carregados de salmos e hinos à esperança e de ecos do amor infinito de Deus pelo Homem.
Em 2008, Marie Keyrouz editou o seu último registo, intitulado “La Passion dans les Eglises Orientales”, produzido pela Univerkey (www.univerkey.com), sendo os benefícios da sua venda canalizados para a ajuda à escolarização das crianças desfavorecidas do Líbano. Uma vez mais, Marie Keyrouz brindou-nos com poemas líricos de inspiração religiosa, litúrgica, espiritual ou muito simplesmente humana, uma vez que “La Passion” busca a sua essência nos temas musicais mais antigos do canto tradicional maronita, melchita, siríaco e bizantino.
Mais informações: http://www.keyrouz.com/engindex.html

(01) Man hadha I malik (4:00) “La Passion”
(02) Ilahi hanayta-s-sama (8:11) “Cantiques de l’Orient”
(02) Hymnes byzantines de l’office de la Passion (7:09) “Psaumes pour le 3ème Millénaire”

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“Ensembles da Áustria, Brasil e Espanha interpretam as Cantigas de Santa Maria números 295, 100 e 122. Um dos maiores monumentos literários do Século XIII preenche, assim, a última parte do Templo das Heresias”.

(1) Ensemble Unicorn (Áustria) (6) Que por al non devess (5:43) “Alfonso X, El Sabio”
(2) Música Antiga da UFF (Brasil) (12) Santa Maria strela do dia (2:32) “Cânticos de Amor e Louvor”
(3) Grupo Sema (Espanha) I (6) Miragres muitos pelos reis faz (10:09) “Las Cantigas de Alfonso El Sabio”

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